domingo, 10 de outubro de 2010

Me=morar, Eu=morar, Recordar, Instigar, Viver!

Quero começar este meu primeiro "post" esclarecendo que esta foi uma crítica desenvolvida para a aula de reportagem do curso de Jornalismo da UFMS no final do ano de 2009. Tendo esclarecido isto, sigamos ao texto.


Me=morar, Eu=morar, Recordar, Instigar, Viver! (autor: Julio Lobo)


(Foto: Julio Lobo)

O espetáculo se passa em uma viela, a Rua Dr. Ferreira, a casa alugada para ser sítio deste plano alternativo recente e brevemente inserido neste túnel do tempo (a viela) se encontra a meio caminho entre o início e o fim da Dr. Ferreira, o que de fato já é parte do espetáculo em si. No momento em que se dobra a esquina a direita para entrar na dita viela, ela de fato se torna um túnel do tempo; não se sabe disso enquanto não se presencia o espetáculo, porém após o final do mesmo é perceptível que o restante do caminho (não importa se percorrido de carro, moto ou mesmo a pé) é o fim de uma experiência transcendental, nota-se que por algum tempo somos arrastados por um buraco temporal (a casa) e presenciamos sensações, odores, instintos...é uma experiência vivida não pela sua pessoa, é algo lhe envolve de maneira sensorial, penetra nos poros...e não mais nos deixa. 
Confesso que minhas prévias experiências com a dança contemporânea não haviam sido satisfatórias, como também confesso minha ignorância frente à expressão artística em questão. Desta vez sou obrigado a rever meus conceitos, meus “achares”.
Ao entrar naquela casa você se sente acuado. É um ambiente estranho, pouco iluminado, e mesmo antes da entrada dos dançarinos é um ambiente cheio. Logo nos primeiros passos além da primeira porta já se percebem os ruídos, o ranger da porta que em realidade é produzido pela sonoplastia nos parece terrivelmente real e no momento que é começada a dança propriamente dita, ai sim o enfrentamento se faz presente. Cada respirar, cada passo, cada jogada que se faz com os corpos em movimento dentro daquela pequena casa a nós (público) é transmitida, e como nos assusta esta transmissão sensorial, todo aquele prazer, aquele cansaço. Tudo é tão intenso, do princípio ao fim do espetáculo, que começa a nos saturar. São memórias contadas, imagens impressas em nossas retinas, e cada elemento do espetáculo se torna tão objetivo quanto foi subjetivamente pensado.

O espetáculo foi idealizado pelo Coletivo Corpomancia, caso queiram conhecer mais do trabalho deste pessoal aqui vai o link: http://corpomancia.blogspot.com/

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