quinta-feira, 28 de abril de 2011

Nuances

Nuances (autor: Julio Lobo)


(Foto: Julio Lobo)


Fluindo,
A água no chão.
Poças se formam.

Reflexos de um universo ao avesso.
Cada imagem,
Raio, traço,
Tudo se avessa.

É neste avesso que te vejo,
Vejo meu mundo,
Seu mundo;
Neste avesso,
Encontro o ensejo.

E aqui,
Neste pequeno reflexo;
Encontro a mim,
Mas não a mim.

Como em um espelho,
Encontro a mim,
Avesso a mim.
Tão eu o avesso de mim!
Fujo!

Com o pé no chão,
Forte!
Desfaço a poça,
Destruo o reflexo,
Desfiguro o avesso!

Ao meu caminho retorno,
Com a lembrança ao avesso.
Todo o receio,
todo o medo,
Todo meu eu;
Ao avesso.

E do espelho, me dispeço.

2 comentários:

  1. oi, quanto tempo, né?
    Mas é sempre bom desaparecer um pouquinho para no retorno se surpreender positivamente.
    Foi isso que me aconteceu ao ler seus textos.
    Um leitura fragmentada, porém, de profunda reflexão. Nada de magnetismo, a poesia flui como quem só faz aquele que sabe fazer uso da palavra literária.
    Abraços!

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  2. Da Cadeirinha de Arruar, no Ceará, donde contemplo o tempo, vi seu perfil, alhures, Júlio.
    Vim conferir : você é muito, muito bom, palavras bem postas e que tocam lá no mais fundo d'alma...

    Sem dúvida, vou lhe seguir>>>>
    Eu volto<<<<
    Um abraço

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